sábado, 20 de novembro de 2010

This is Rock and Roll Baby...

Uah Bap Lu Bap Lah Béin Bum... seja lá o que for isso!
002 - Elvis Presley - Elvis Presley (1956)


Romances juvenis, letras melosas e o delírio das garotinhas. Não estou falando do Restart, e sim do avô do Restart: Elvis Presley.


Podem chiar a vontade, mas ele não inventou o Rock, não era um rebelde como James Dean e o título de Rei ficaria muito melhor com Chuck Berry. Mas sem ele o mundo não seria como o conhecemos. 


No post anterior eu comentei que 1955 já tinha visto "Rock Around The Clock" de Bill Halley, mas não havia comentado da febre dançante que contagiava os EUA. Espalhava-se nos subúrbios, nas festas de salão e entre os negros, uma mistura musical que misturava o Country, o Gospel, o Blues e o Jazz. Esse estilo literalmente botava o pessoal pra balançar e rolar (rocking and rolling).  


Apaixone-se neném...
Mas a alta sociedade americana não aceitava aquela música que combinava mais com os seus empregados do que com os seus filhos. Ícones como Chuck Berry e Little Richard estariam fadados a tocar no "baile funk' a vida toda.


É aí que surge a sensação de 1956. Contrariando toda a alta society americana, um braquelo caipira grava o que viria a ser o primeiro sucesso musical a romper as fronteiras e tornar-se internacionalmente conhecido. 


Elvis interpreta canções já consagradas, dando seu toque pessoal em todas as músicas do Disco, mesmo que sua voz ainda não estivesse tão forte como nos anos seguintes. Passados tantos anos e o albúm só envelheceu bem por causa da mítica do próprio Presley, já que o Albúm é recheado de baladas românticas e country musics (a única que gostei foi "Trying To Get To You"). Porém encontramos nele "Blue Suede Shoes" e "Tutti Frutti", que juntamente com outros dois singles lançados por Elvis naquele ano ("Heartbreak Hotel" e "Hound Dog") definiram o que seria o Rock desde então.


Chupa essa Michael Jackson!
Nos padrões de hoje, as letras do Disco não são nada constrangedoras, mas junte a vontade de "pegar" todas as menininhas da época com um cara que rebolava como um louco para despertar a ira dos pais daquela geração. Porém agora era um branquelo fazendo tudo isso. Discos chegaram ao quatro cantos do planeta, levando aquela musica tão enérgica aos ouvidos de gente como o jovem John Lennon na Inglaterra e o garoto Raul Seixas na Bahia, todos eles começaram imitando Elvis Presley.

Aliás, eu entendi porque tantas pessoas imitam o Elvis. Tenho mania de cantar junto com a música, mas ontem na minha caminhada até a faculdade eu fui é dançando e imitando os trejeitos do sujeito! 

Minha banda arrancando suspiros da platéia (todas as três senhoras)
Sem contar o carinho especial que tenho com o Disco pois "Blue Suede Shoes" foi a primeira musica que minha banda tocou em um evento, eu recomendo o Disco para todos os roqueiros que se "acham" rebeldes, para os garotos que querem impressionar os brotinhos e os sujeitos que acordam querendo revolucionar o planeta. 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Curtindo uma fossa com Frank Sinatra...

Esse ônibus não passa logo...
001 - In The Wee Small Hours - Frank Sinatra (1955)

Se Frank Sinatra fosse brasileiro e tivesse nascido em Goíás, conheceríamos "Boate Azul" em 1955. Ao mesmo tempo em que não conseguia cantar nem mesmo nos botecos da vida, Sinatra tomou um pé na bunda da lindíssima Ava Gardner. Porém a fossa em que o coitado estava foi o trampolim para o lançamento mais emblemático daquele ano.

Alan Livingston (executivo da Capitol Records, Alan foi o famoso criador do Bozo!) fã assumido do cantor, lhe deu um contrato de 7 anos quando todas as gravadoras já o tinham dado como acabado. Com este Disco, Sinatra construiu o conceito de como seriam praticamente todos os albúns musicais a partir de então, musicas criadas especificamente para o Disco (interpretadas neste caso) e construídas ao redor de um tema, e que tema...

O albúm é muito triste, desde a capa mostrando um Frank pensativo em uma rua deserta "nas primeiras horas da manhã" (o tal do "In The Wee Small Hours"), até a última música, temos um Sinatra melancólico e solitário. Composto por baladas orquestradas, as músicas realmente ilustram um homem desiludido por perder a mulher amada, chega a parecer trilha sonora de qualquer filme romantico de época.

O Sinatra conquistador e cafajeste suplicando o amor de uma mulher é de fazer doer o coração. Além da faixa título do albúm, recomendo para curtir aquela fossa regada a Whisky (curtir fossa com cachaça tem que ser no boteco ao som de "Boate Azul" mesmo), "I Get Along Without You Very Well" (que foi regravada pelo Renato Russo) e as súplicas de "Cant' We Be Friends?" (pra manter aquela amizade colorida).

Ava Gardner era dama da noite da "Blue Nightclub"

Em 1955 também foi lançado "Rock Around The Clock" de Bill Halley, muito mais inspirador para a geração Rocker que estava chegando, mas por definir o conceito de "Albúm", "In The Wee Small Hours" é um dos 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer.


Get Along Without You Very Well - Renato Russo


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Não cole figurinhas no seu Álbum...

Havia um tempo em que minha principal preocupação na vida era se a Xuxa iria aterrissar sua nave direitinho no meio do palco. Foi nessa época que eu descobri que além da Rede Globo e seus heróis fraternos He-Man e She-Ra, havia um canal um tanto obscuro que minha irmã mais velha adorava, a MTV. Descobri com eles que desenhos podiam ter palavrão, Raimundos era "A" banda e que comerciais não precisavam ter sentido. Pena que anos mais tarde a EMOTV começaria um irreversível plano de "colorir" o planeta...

Combinação perfeita para seus pais bloquearem o canal

Nessa época eu sempre me perguntava porque todo mundo nessa emissora chamava os Discos das bandas de albúns, até me imaginei comprando as novas figurinhas dos Ramones! Me acostumei tanto com o termo que somente agora, após comprar o bendito livro, me dei conta que ainda não sabia o porque de chamar Discos (Cds, que seja..) de albúns.

Um albúm nada mais é do que uma forma de catalogar ou colecionar determinada mídia, assim um albúm de figurinhas é uma coleção de imagens sobre um determinado tema (Futebol, Super-Heróis), um albúm de fotos é uma coleção de imagens dos seus entes queridos, e um albúm musical é uma coleção de músicas relacionadas e lançadas comercialmente em um formato de aúdio para o público, óbvio não?

Um albúm de Rock?

Mas a idéia de fazer "Albúns musicais não surgiu do dia para a noite. Antigamente, e pense nisso como a infância dos seus avós, os discos eram feitos de um plástico tão vagabundo que a própria agulha da vitrola tratava de detoná-los depois de algumas rodadas de música. Aliado ao fato de que vitrola era pra ouvir Beethoven, não é de se espantar que o primeiro disco que analisarei tenha sido lançado em 1955. 

A revolução só ocorreu quando os Discos passaram a ser resistentes e passíveis de armazenarem uma considerável quantidade de músicas, até então os Discos eram um apanhado de canções aleatórias de determinado cantor. Foi um pulo até alguém ter a brilhante idéia de lançar um conjunto de músicas gravadas ao redor de um tema e feitas especificamente para um Disco, "In The Wee Small Hours"(1955) de Frank Sinatra  foi pioneiro neste sentido, mas uma idéia nova precisava cativar gente nova. A indústria musical e a cultura jovem  só foram estourar mesmo em março de 1956  com o lançamento de "Elvis Presley", o primeiro "Albúm" do Rei do Rock.
Sua avó deu uns amassos ao som desse cara...

Ufa! Depois de tanto "contextualizar" (como diria minha professora de Introdução ao Jornalismo), inicio a partir do próximo post a minha jornada através dos tempos pelos 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Missão de louco...

Nunca fui um grande admirador de listas de melhores coisas, e confesso que quando conheci a coleção "1001 Before You Die" torci o nariz. 1001 Livros Para Ler Antes de Morrer, 1001 Lugares Para Visitar Antes de Morrer, 1001 Lugares Para Morrer Antes de...Enfim.

Porém os títulos sobre os filmes e discos para serem vistos e escutados, despertaram neste cinéfilo-audiófilo (isso existe?) a vontade de, se não concordar com a lista, pelo menos expandir e muito o meu poder de chaveco Pseudo-Cult.

Pois bem, graças ao "preços módicos" do Submarino, pude adquirir essas duas jóias, que se não irão "aumentar o meu conhecimento", servirão para matar alguém, pois eles devem pesar uns 3 kg cada!

"Não perca as confusões destes Aventureiros-Roqueiros" Narrador da Sessão da Tarde
O maior êxito nestes dois livros, é o de elaborar a lista em ordem cronológica, listando os melhores de cada ano desde o início do século XX até os dias atuais. Ao expor os filmes e os discos nesta ordem, podemos vislumbrar bem superficialmente a evolução destas mídias que viraram o mundo de ponta cabeça.

Eis que surge a idéia tresloucada... Elaborar uma análise de cada um dos itens destas listas! Claro que desisti da idéia na hora. Mas... com algumas regras elaboradas visando manter o meu convívio social, decidi o seguinte:

- 1001 Filmes... tirando o fato que a maioria passa nas Sessão da Tarde, e considerando (modestamente) que cada filme possua 90 minutos, conclui que terminaria este Blog quando tivesse uns 80 anos, portanto vou me focar nos 1001 Discos Para Ouvir antes de Morrer;
-Se ouvir um Disco por dia vou levar quase 3 anos pra finalizar o Blog! Portanto decidi analisar profundamente somente os Discos de maior importância (histórica, comercial, artística,etc.), contudo pelo menos uma música de cada disco será ouvida e citada;
-Não farei análise musical nenhuma além do meu conhecimento, mas tentarei abordar o contexto histórico e o poder de revolução de tais discos, sem nenhuma técnica e com muito bom humor;

Todos os dias, na minha breve caminhada do trabalho até a faculdade, acompanhado do meu bom e velho celular de guerra, auscultarei (namorada enfermeira dá nisso) e farei a análise de pelo menos um Albúm completo do que há de melhor no glorioso livro: "1001 Discos Para Ouvir Antes De Morrer, ROBERT DIMERY & MICHAEL LYDON - Editora Sextante, Ed. 2008 - ISBN 9788599296264".   


Sim, minha missão é quase tão impossível quanto esta...